segunda-feira, 16 de abril de 2007

Da estrada alucinante


Hoje eu chapei tomando sopa de cogumelo
Fervi meus pesadelos na chaleira de um dia quente
Tropical e causticante dos meus desertos imaginários
Em busca de sensações, prazeres e emoções
A 150km/h.
Cadê as placas dessa estrada sem fim?
Onde o sol gargalha e desconta seu ódio
enquanto camaleões metamórficos arrastam-se
entre pedras e peiotes à beira do caminho
somos anjos perdidos expulsos do paraíso
em busca do novo paraíso
nessa estrada de emoções
espere baby porque yo volverei
e nós vamos incendiar nossa cabana

domingo, 15 de abril de 2007

Vem provar do meu orgasmo selvagem
Beber na taça do meu desejo de luxuria
Cavernas escuras
Onde encontro o labirinto do fauno
Das tuas entranhas desabrochando
Flor rosácea, saliente e atrevida
Quando sinto o fogo
Explodindo em camas flutuantes
Sob o toque de sinos de bronze
Rasgando as horas de uma noite
Na parte escura do eden

domingo, 18 de março de 2007

Posso tocar os céus com a ponta dos meus dedos.
E cuspir flores nos sacros altares da inocência
Posso desvirginar a beleza em sua plenitude
E copular sobre campos de lírios macios
Regando a terra com o suor de nosso orgasmo
Posso penetrar tua gruta escura e ardente
Com o vampiro tarado que há em mim
Posso uivar lascívias aos teus ouvidos
Em noites claras de luar
Posso brincar contigo nos brinquedos proibidos
Do parque escuro na velha esquina
Hoje à noite.

Posso expulsar os morcegos das árvores ao anoitecer
E subir contigo nos galhos mais altos
Para dormirmos sob a luz de estrelas
Posso gravar teu nome em minha pele
E te prender junto a mim
Posso entregar nossos beijos
Ao mais ardente desejo
Onde as correntes do conservadorismo
Partem ao toque sutil de nossas mãos,
Mãos que escrevem sinais na paredes excitadas de veludo
Enquanto o vento beija os sinos
No espaço celeste de nosso habitat
Entre corais de anjos divinos
Os mesmos que me trouxeram você em sonho.
Hoje à noite.

segunda-feira, 5 de março de 2007

ultimas palavras de um condenado

De olhos fechados sonhei com você
E mesmo distante flutuei por céus invisíveis
porque haviam nuvens desenhando seu nome
e tentando te amar, pensando conseguir
era tudo seu e você não se importou.

Um coração não foi poupado
sentimentos perdidos, feridos e sangrados
Aves carniceiras despedaçaram minha carne
esfarrapado e roto, espantalho ambulante do meu eu
no milharal à beira da estrada onde você jogou.

Espirros de sangue, em chuvas de lágrimas
Você era um anjo, doce e surreal
perfeita imagem do amor eterno e leal
para ser única no meu céu
para ser única além da morte.

domingo, 4 de março de 2007

Motoqueiro Fantasma - Ghost Rider Marvel HQ's

Quem é fã de quadrinhos e já teve oportunidade de ler um dos gibis do motoqueiro fantasma, personagem anti-herói da Marvel, certamente não há de se decepcionar com a adaptação feita para o cinema, um projeto que vinha sendo trabalhado desde 2003. A escolha de Nicholas Cage para o papel principal não poderia ter sido mais justa. Cage é fã do Motoqueiro Fantasma e até possui uma tatuagem dele, muito bem maquiada e escondida para não aparecer no filme. Vamos ao filme:
Johny Blaze, um motoqueiro adolescente, decide fugir com sua namorada Roxanne para viverem um grande amor, mas no dia da fuga, descobre que seu pai está com câncer e para salvá-lo, ele aceita a proposta de Mephisto, o diabo, que lhe aparece e propõe um pacto oferecendo a cura de seu pai e proteção a sua amada, em troca de sua alma. Arrependido no dia seguinte, ele decide fugir deixando tudo para trás.
Alguns anos mais tarde, ele é o melhor dublê que existe e após façanhas espetaculares pelo país, encontra Roxanne, agora uma repórter e decide reconsertar seus erros, mas Mephisto lhe aparece novamente e dessa vez ele não poderá fugir. Ele está com a maldição e quando a noite cai ele se transforma no motoqueiro fantasma, o justiçeiro do diabo, caçador de almas prestes a ir para o inferno. ele é recrutado para caçar Coração Negro e quatro demônios, que planejam apossar-se de um documento e dominar a terra e o inferno. Dessa vez, ele não poderá fugir e terá de lutar por seu amor.
Filme excelente. Não vou fazer comparações com outros de super-heróis já exibidos no cinema, mas gostei muito. Ele envolve o sobrenatural com as emoções humanas, como o amor e a coragem por enfrentar os desafios, além de mostrar que com o Mal não se brinca. Muito bem dirigido, os efeitos são espetaculares. Dificil não se impressionar com a cena do salto sobre os helicópteros e a transformação de Blaze e da motocicleta em chamas e da cena final com a batalha de San Venganza. Assistam, voces não se arrependerao e que venha a continuacao.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Amargurada

Eu vejo tua derrocada em dias futuros
como a lebre rasgada ao meio pelo lince
em tundras geladas sob túneis escuros.


E a dor transfigurada em tua carne,
salgada pelas lágrimas deslizantes
de teu olhar frágil e taciturno
a contemplar sonhos distantes.


Eu vejo teu corpo dilacerado pelo desejo
Dos teus amantes vagabundos em tempos vindouros
Deixando-te solitária à espera daquele beijo
como a arena ensandecida aguardando bravos touros
até sentir a dor tocar o coração no ato da morte
esquecida por aí à própria sorte

Playing: Alice in Chains - Whale and Wasp

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Adeus

Quando seus olhos brilharem outra vez
E o sol se esconder entre cortinas flutuantes
Lembra daqueles instantes de insensatez
Dos beijos molhados e abraços inebriantes

Quando seu corpo tremer sob a brisa fria da manhã
Dos amantes em dias de solidão
Lembra daqueles instantes de felicidade
De quando a ti entreguei meu coração

Quando seu coração me desejar na triste noite
Das estrelas solitárias nos oceanos da escuridão
Lembra dos meus rabiscos de poesia e violão
E daquela palavra perfurada em meu coração
Chamada apenas de adeus.

Adeus.

Playing: Jane's Addiction - Up The Beach

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Indiferença

Lua embriagada e cínica
Repousando sob lençóis de ébano
Sopra o vento gélido e frio da madrugada
Para despertar-me do sono encantado
Entre flautas e cítaras de deuses invisíveis

Eu busquei por isso durante toda a noite
Quando elas dançaram sob meus olhos
Regozijando entre canções de jazz
Nos ouvidos adornados da grande cidade


Playing: Mother Love Bone - Stargazer

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Impermanência

Nem sempre as poesias vão rimar
E nem sempre encontraremos nas versões
a mais envolvente e linda das traduções
mas podemos cultivar momentos para lembrar.
O importante é compreender
Abrir o coração e renascer.
Como a manhã e as estações
Que o amor sempre arda em nossos corações.
Nem sempre os beijos serão longos
Mas cada vez que minha boca tocar a tua
Haverá mais intensidade como o brilho da lua.
Nem sempre vou dizer que te amo
Mas vou mostrar isto através do meu olhar
Desde o primeiro até o último dia do ano.
Desde agora até daqui a pouco com intensidade
E sempre mostrando sinceridade.
O importante é não se importar
Com quem passou em sua vida
E apenas te amar.
Nem sempre terei palavras belas
Mas algo é certo, como pinturas em aquarelas
Se olhares meu mundo de modo mais sensível
Abrindo seu coração para mim
Eu te darei uma história de amor inesquecível.


Playing: Aerosmith - I Dont Want To Miss A Thing

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Bad Trip

Mamãe eu transei com a morte
Em sonhos eróticos sobre reencarnação
O futuro estava em minha mão
Mas eu chutei-o para o ar
Dono do mundo que sou

Sem esperanças na estrada do desejo
Eu construí castelos de cartas
E quando elas desabaram
Um valete de copas cortou minha cabeça
E livre do corpo
Eu vi a vida com outros olhos
Eu descobri o amor amado
E vi estrelas dançarem em fogueiras crepitantes
De hippies em luais

Mamãe eu escrevi esta carta para a senhora
Das minhas loucuras e travessuras
Não sou mais aquele menino
Mas prepara a cama
Que hoje eu lhe peço a benção
Para ter uma boa noite.


Playing: Blur - Song 2

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Travesseiro



Chuva sobre um deserto
nao é apenas uma ilusão
destruindo pensamentos
ao som de um velho piano a luz do luar.

Flores despedaçadas
pelo beijo do orvalho
sobre corpos espalhados
numa cama de plumas.

Ela pegou suas coisas
saindo pela estrada do desejo
em noites sombrias e geladas
de estrelas embriagadas
para afundar-se nas escadas do inferno.

E quando o sol amanhece
você percebe que essa é uma história
que se repete a cada dia
em nosso parque de diversões particular
onde os palhaços se divertem as nossas custas.


Postei ao som de: Robbie Williams - Come Undone

Da dor da morte

Hoje vi nimbos de lágrimas
desabarem de olhos tristes
sob olhares de invisíveis de anjos instrumentistas
harpas douradas anunciando
a abertura dos portões
E lá se vai a velha moldura de barro
ao pó retornando para se desfazer
em criptas obscuras num entulho de ossos secos
E a dor é o que resta nestes corações dilacerados
mas o outono sopra os gravetos ressecados
da saudade sob o luar das folhas mortas
para que o vento ao amanhecer
traga a chuva aos nossos jardins
de lírios e jasmins sob frágeis vasos de argila.

In memorian a T.M.S.B
Playing: Mirian Stockley - A Perfect Day

sábado, 20 de janeiro de 2007

Tempo de Coragem

É triste pensar que a velhice e o tempo nos faz perder a coragem.
Poucas, seguramente, raras são as pessoas a quem o tempo e as circuntâncias fortuitas da vida não lhe assustam. Essas pessoas são movidas por diferentes espécies de emoções, mas todas tem em comum a ausência do medo, que não as impede de arriscar, sonhar e dar tudo de si pelos seus sonhos e, ainda podemos incluir os que estão cientes da transitoriedade da vida e procuram vivê-la ao máximo. Viver a vida ao extremo, não é simplesmente curtir todas as emoções, aproveitar tudo o que se pode fazer no instante presente e viver essas sensações a fundo, para mais tarde guardá-las na memória. Isso é existir e curtir a intensidade de momentos. Viver ao máximo é deixar o seu nome marcado na história, para as próximas gerações, ou se tornar um mito, ou uma lenda contada pelos que ficam e chegam mais tarde.
O processo de viver a vida ao máximo, exige não apenas a coragem de enfrentar tudo o que te impede de realizar seus sonhos, mas a experimentação de coisas que você tem tanta curiosidade, mas se reprime pelas imposições da sociedade, religião e opinião pública.
Olhe para trás. Lembre dos tempos de criança. Não havia o medo de subir em lugares altos, não havia a preocupação com o tempo, porque parecia distante a vida adulta. Olhar para baixo não causava vertigem, porque tudo parecia uma eterna brincadeira. O papel de bandido era até mais atraente que o de mocinho e repetiamos uma frase: "Quando crescer eu vou..."
Pois bem, hoje passada a infância e a adolescência e início da juventude, nosso comportamento é diferente. O medo do envelhecimento, do fracasso, nos torna pessoas normais, porque induz-nos a fazer sempre o mesmo e seguir o paradigma da maioria. Nossos sonhos vão ficando mais distantes, utópicos e deixamos de arriscar aquilo que poderia nos trazer felicidade, para nos submeter as regras do poder e ao jogo da sociedade: Dominantes x Dominados.
Precisamos recuperar o tempo perdido, caminhar, lutar e nunca deixar de sonhar. A vida passa rapidamente e se não a aproveitarmos ao máximo, só restarão saudades e a velhice trará o vento frio do outono para levar as folhas de nossas árvores humanas, quando estas poderiam ter integrado as páginas do livro de nossas vidas se nunca houvessemos perdido a coragem de VIVER e não apenas EXISTIR.
Playing: The Afghan Whigs - Conjure Me